Você que gosta de cozinhar com uma taça de vinho na mão, que tal usá-lo como ingrediente em suas receitas? A bebida pode dar um toque especial às suas refeições, adicionando sabor, aroma e cor. Mas para tudo combinar perfeitamente, é preciso seguir algumas dicas e acabar tendo o risco de prejudicar o resultado final.
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Dica nº 1: o vinho precisa ser de qualidade
É muito comum utilizar um vinho de baixa qualidade para cozinhar. Já que você vai colocá-lo na comida invés de bebê-lo tanto faz, né? Errado!
Quando o álcool evaporar durante o cozimento, o sabor concentrado do vinho escolhido fica na receita. Portanto, se você não beberia aquele rótulo, por que o comeria? O ideal é escolher um rótulo de bom custo-benefício. Você pode tomá-lo enquanto prepara o prato e, se sobrar, pode utilizá-lo na harmonização.
Dica nº 2: escolha pelas uvas
Caso queira um resultado mais preciso na receita, você pode pesquisar sobre as características das uvas. As mais versáteis são aquelas mais equilibradas ou até menos aromáticas. Entre as brancas, Chardonnay e Pinot Grigio sem passagem por carvalho; e entre as tintas a Merlot, por não conter muitos taninos e possuir corpo médio.
Vinhos muito aromáticos, como os brancos florais Gewürztraminer e Torrontés, podem interferir mais no sabor final. Porém, isso pode ser algo que você deseje. Por isso, sugerimos pensar bem na escolha das uvas para você conseguir alcançar o resultado que quiser.
Dica nº 3: comida salgada + vinho seco
Comprar vinhos suaves para fazer pratos salgados é um erro, assim como para elaborar reduções. Prefira assim: vinhos doces para sobremesas e compotas; em preparos de molhos à base de vinho do Porto ou Marsala; ou em ocasiões em que, de fato, pede um toque adocicado.
Dica nº 4: branco, tinto, rosé ou espumante?
A decisão entre branco ou tinto depende muito do prato que você irá fazer e do resultado que procura. Não existem regras, mas confira o que costumam ser as melhores combinações:
- Tinto: Ficam ótimos com pratos de carnes vermelhas ou mais gordurosas, como em músculos ou carnes de caça. Também combinam com alguns risotos, feitos com filés bovinos e embutidos.
- Brancos: Em geral, são indicados para marinadas, molhos e assados de proteínas mais delicadas, como pescados, cogumelos claros, aves e vitela.
- Rosé e espumantes: Podem ser utilizados em carnes de porco ou camarões. Também ficam ótimos em diversas sobremesas.
É claro que existem exceções. O clássico prato francês Coq Au Vin, por exemplo, é preparado com frango e vinho tinto. Já a receita original italiana de ragu à bolonhesa, embora leve molho de tomate e carne vermelha, é feita com vinho branco. No Brasil, no entanto, costumamos fazer com vinho tinto.
A escolha final do tipo de vinho depende da sua criatividade e do bom senso ao optar por uma bebida que não apague os ingredientes do prato.
Dica nº 5: cuidado com a quantidade
Independentemente do tipo de vinho que você escolher, ele costuma a ter uma presença marcante no prato. Por isso, é necessário ter cuidado com a proporção sugerida na receita, para que a bebida não se sobressaia em demasia.
Em marinadas, geralmente é indicado no máximo 250 ml para cada quilo de carne, peixe ou frango. No caso de risotos e assados, as indicações são mais precisas. Cuidado com o exagero e também de colocar uma quantidade muito reduzida.
Dica nº 6: não tenha pressa
Para cozinhar com vinho, é necessário ter paciência. Isso porque o álcool leva tempo para evaporar e o sabor da bebida também demora a ser integrado ao do alimento de maneira equilibrada.
15 minutos de cozimento fazem evaporar cerca de 60% do componente alcoólico. Se cozinhar por 2 horas, terá eliminado quase 90% do álcool. É preciso ficar atento a isso para que você saiba o quão alcoólica sua comida ficará.
Quando a refeição estiver pronta, você pode usar o mesmo rótulo para fazer uma harmonização especial. Conte o resultado pra gente!
Referência: Correio 24 horas