Talvez você já tenha ouvido falar sobre o termo ou visto esse tipo de vinho à venda em lojas online. O vinho canônico, também conhecido como vinho litúrgico ou vinho de missa, é um vinho produzido especialmente e usado pelos padres nas missas católicas, durante o sacramento da eucaristia. A Igreja Católica tem regras bastante rígidas para a execução e elaboração desse vinho.
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A legislação canônica
O código de leis canônicas dizem que o vinho deve ser natural, ou seja, bebidas artificiais que tenham aparência e o gosto de vinho não são aceitas. O vinho deve ser produzido a partir de uvas, descartando vinhos que são feitos a partir de outras frutas. Além disso, o vinho não pode estar estragado. Por fim, a lei canônica referente a essa questão diz que uma pequena quantidade de água deve ser adicionada ao vinho da eucaristia.
Por que a água? Porque tradicionalmente, no tempo de Cristo, o vinho bebido era misturado a um pouco de água, então presume-se que assim deve ter sido feito, também, durante a Última Ceia.
É comum pensar que, já que o vinho representa o sangue de Cristo, o vinho precisaria ser tinto. Porém, a cor é irrelevante. O mais popular vinho de missa consumido no Brasil, por exemplo, é rosado. Já os padres europeus, inclusive em Roma, dão preferência ao vinho branco para evitar manchas nos tecidos do altar e em suas vestes. Isso é importante porque as peças não poderão ser lavadas, pois não se lava o “sangue de Cristo”.
As características do vinho canônico
O vinho rotulado como canônico muitas vezes costuma ser doce e as variedades de uvas utilizadas no processo de fabricação dos vinhos de altar podem ser de Vitis Vinifera ou híbridas americanas. No Brasil, as mais comuns costumam ser Moscato, Saint-Emilion e Isabel, tendo como resultado um vinho rosado.
Ele também costuma receber adição de álcool etílico. O elevado teor alcoólico e a grande concentração de açúcar cumprem a função de conservar o produto por mais tempo, já que o vinho tem um consumo lento – um pequeno volume a cada missa -, e precisa durar mais tempo na garrafa. A graduação alcoólica normalmente fica em torno de 16%.
O vinho canônico no Brasil
No Brasil, destaca-se o rótulo do Vinho Canônico produzido e comercializado pela Vinícola Salton, que começou a fazer vinhos para missa há mais de 70 anos. Os primeiros exemplares foram feitos sob encomenda de um padre espanhol que solicitou à empresa, localizada em Bento Gonçalves, que produzisse um vinho de missa semelhante ao que ele estava acostumado a usar na Europa (ou seja, mais licoroso e doce ).
O Vinho Canônico da Salton atualmente atende a igrejas de todo o país, com autorização da Cúria Metropolitana. São produzidos mais de 300 mil garrafas por ano – 80% são comercializados para as igrejas. O restante pode ser comprado pelo consumidor comum, por quem aprecia vinhos mais doces.
Apesar de se elaborado para ser servido durante a celebração da santa missa, o Vinho Canônico da Salton pode ser harmonizado com sobremesas como doces, compotas, tortas e como aperitivo.
Referências: Wikipédia, Tintos e Tantos, iG, Taças e Rolhas
7 comentários
Maravilha eu amo vinhos canonicos, licoroso doces… são os melhores.
Um vinho para ser canônico deve ser puro. Por isso não encontramos nos canônicos adição de sulfitos, que quer dizer enxofre, elemento tradicionalmente relacionado aos infernos. Imagine adicionar enxofre ao vinho que está destinado a se transformar no Sangue de Cristo.
Qual a diferença entre o Vinho Canônico para o Suco de uva integral ?
Suco não tem álcool
O vinho canônico, não seria melhor ser substituído vinho sem álcool nas missas?
A Igreja Católica possui regras rígidas para o vinho das missas. O vinho canônico segue a tradição da religião, que não é apenas sobre a quantidade de álcool, mas também a quantidade de água que é adicionada à bebida, que tem a ver com a história de que Cristo bebia vinho com um pouco de água. Eu entendo seu ponto de vista sobre achar o vinho sem álcool uma melhor opção, mas a Igreja é bastante tradicionalista.
Bebo esse vinho como se fosse um porto. Sua graduação, um pouco mais desce bem como aperitivo.