O verão seco francês não impediu que Bordeaux fizesse uma safra excelente este ano. Após uma temporada de cultivo com um calor incomum e colheita excepcionalmente seca, os produtores de vinho da região deverão ter uma ótima safra.
Leia também: Quanto tempo pode durar um vinho?
Oliver Bernard, cuja família é proprietária do Domaine de Chevalier em Pessac-Léognan, prestou um comentário durante uma degustação de vinhos da safra 2016, organizada em Londres pela Union des Grands Crus de Bordeaux: “2018 foi uma safra com dois períodos”, disse ele. “Um período muito úmido até o final de junho e muito seco depois de julho. Já podemos dizer que temos uma ótima safra.”
Bordeaux, considerado referência para o marcado de vinhos finos devido à alta qualidade e grande produção, é suscetível a oscilações climáticas, diferente de outras regiões vinícolas do Novo Mundo, como a Califórnia e África do Sul.
Durante a última década, Bordeaux teve safras de qualidade excepcionalmente alta em 2009, 2010, 2015 e 2016, e uma série de anos notavelmente mais difíceis entre 2011 e 2013, sendo que 2013 é lembrado por ter sido particularmente frio e úmido.
Neste ano, alguns produtores sofreram com o bolor por causa da primavera úmida, porém, a maioria conseguiu resolver o problema. Embora o bolor possa reduzir o rendimento em algumas áreas, a chuva nesta estação não foi o suficiente para estragar a safra, apenas criou condições difíceis para as videiras.
Agora que a colheita em Bordeaux foi feita e as uvas estão nas adegas, se seguem mais cinco meses de fermentação, maturação e mistura antes que a safra seja apresentada ao mercado de vinhos, no início de abril. Os preços serão definidos entre abril e junho e a entrega será realizada alguns anos após a colheita.
Fonte: Exame
Foto: Thinkstock