Junto com a pandemia do coronavírus, houve um crescimento recorde no consumo geral de vinho no Brasil, até mesmo entre jovens. Surpreendentemente, a demanda pelos vinhos “superpremium” aumentou nesse período, mas nem todas importadoras estavam preparadas para isso.
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No geral, as importações cresceram 4,6% em 2021 em relação a 2020, mas não de uma forma monolítica, destaca a consultoria Product Audit. Há segmentos que tiveram um desempenho melhor que a média do mercado e que devem repetir o resultado este ano.
Os vinhos “superpremium”, com preços acima dos R$ 160 por garrafa, apresentaram crescimento de 14% nas importações, com destaque para italianos e franceses, segundo os dados da consultoria. Por isso, são os vinhos mais caros que apontam para um horizonte promissor em 2022.
A importadora World Wine, por exemplo, internalizou 22% a mais de vinhos vendidos acima de R$ 100 e as vendas das garrafas com preço superior a R$ 500 cresceram 34% em 2021.
“Com as viagens internacionais ainda limitadas pela pandemia, os consumidores destes vinhos compraram mais. A situação ainda é favorecida por vinhos trazidos com câmbio mais baixo que o atual, que diminui o gap de preço com o valor pedido no exterior”, afirmou o sócio da Product Audit, Carlos Abar.
Para ele, o impeditivo para que o resultado dos vinhos mais caros seja ainda melhor em 2022 está no fornecimento. Normalmente são quantidades pequenas e vendidas sob alocação para cada país importador.
Os clientes deste nicho de qualidade elevada procuram nesses vinhos não só sabor, mas também degustar as histórias, conhecer as técnicas e tradições envolvidas na produção.
O potencial dos superpremium
Dentro da análise da Product Audit, em 2022, o maior potencial de crescimento está nos vinhos entre R$ 85 e R$ 160, chamados informalmente de “premium”. Segundo a consultoria, os rótulos desta categoria de preço são os mais vendidos em restaurantes e lojas, que estão retomando seus negócios e voltando a abastecer seus estoques de forma regular
Vinhos com preço ao consumidor abaixo dos R$ 85 reais cresceram apenas 3% em 2021. Este grupo responde por 86% do volume do vinho importado no período.
Alguns sintomas apontam para este cenário exaustão nessa faixa. Enquanto nos últimos dois anos o volume de vinho importado cresceu cerca de 30%, estima-se que o consumo tenha crescido na ordem de 16%, de acordo com dados Product Audit.
Fonte: Imprensa