Você já percebeu que existem pouquíssima venda (praticamente nula) de vinhos de 1,5 litro vintage? As vinícolas costumam fazer vinhos safrados somente em garrafas padrões de 750 ml. Mas então por que a maioria das garrafas grandes não tem data de safra?
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Ao contrário que algumas pessoas podem pensar, isso não tem nada a ver com a legislação. A lei para a produção nos Estados Unidos, por exemplo, para que um vinho se qualifique para uma designação de safra, pelo menos 85% do vinho deve ter vindo dessa safra; para vinhos designados por AVA, esse limite aumenta para 95%.
Porém, há muitos ótimos vinho não-vintage (NV) – a maioria dos vinhos espumantes, incluindo Champagne, não carrega uma designação vintage.
Os enólogos podem optar por misturar vinhos entre safras por vários motivos, mas o mais comum é garantir um produto consistente de ano para ano que reflita o estilo da casa da vinícola e esteja menos sujeito a variações de safra.
A maioria dos vinhos engarrafados em garrafas de 1,5 litro (também conhecidas como magnums) vem na forma de vinhos de valor produzidos em massa, e faz sentido que esses vinhos não tenham uma designação vintage. É preciso muita habilidade para fazer um grande volume de vinho bom e consistente, e a mistura entre safras adiciona um nível de flexibilidade nesse esforço para fornecer um produto confiável a cada ano.
Não designar uma safra também é outra maneira de esses vinhos orientados ao valor passarem economias adicionais para seus clientes, pois a vinícola não precisa imprimir novos rótulos para cada safra. Ou seja, apesar da quantidade de vinho na garrafa, o valor fica mais acessível e, portanto, vendável.