Fragmentos de cerâmicas encontradas na Ilha de Mona, no Caribe (mais especificamente no território do Porto Rico), podem ser as evidências mais antigas de consumo de vinho nas Américas. O estudo sobre o achado foi publicado em 3 de maio no periódico Archaeological and Anthropological Sciences.
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De acordo com a Revista Galileu, a pesquisa utilizou métodos de análise molecular para examinar cerâmicas datadas do século XV descobertas na região de Porto Rico. Ao todo, foram analisados 40 fragmentos, em uma tentativa de estudar os hábitos alimentares nas Grandes Antilhas, comparando como eram antes e depois da chegada dos europeus na América.
A pesquisa identificou que pedaços de uma jarra de azeitona espanhola ainda continha vestígios de vinho que podem datar do período entre 1.490 a 1.520. A época em que o frasco pode ter sido criado foi sugerida devido ao estilo arredondado que possuía, semelhante a outros encontrados da mesma época em que Colombo notou a existência da região, em 1494.
Por fim, é importante mencionar que jarras de azeitona eram utilizadas nos navios espanhóis para o transporte de todo tipo de alimentos e líquidos, entre eles o vinho. Segundo apontam os pesquisadores, os fragmentos cerâmicos são importantes evidências da importação e consumo da bebida europeia nas ilhas caribenhas no passado.
O estudo, como já mencionado, faz uma análise não só de bebidas, como também de alimentos consumidos nas Américas pelos povos europeus. Visto isso, ele mostra ainda que, embora os europeus tenham se imposto sobre os povos indígenas nativos, uma importante tradição gastronômica local perdurou: o churrasco.
Apesar disso, o artigo científico recente aponta que não haviam evidências naquelas cerâmicas de que elas eram utilizadas para o transporte e armazenamento de produtos como carnes e laticínios. Ou seja, como produtos lácteos eram básicos na culinária europeia, é sugerido que tradições culinárias indígenas tenham persistido, mesmo em meio ao forte colonialismo.