Também conhecido como “a doença da rolha”, bouchonné (pronunciado como bu-xo-nê) é um fungo que causa um odor desagradável na rolha, que lembra toalha úmida, papelão mofado ou cachorro molhado.
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O termo vem de “bouchon”, que é “rolha” em francês. É dado ao fermentado de uva que foi contaminado por 2,4,6-Tricloroanisol, conhecido como TCA, que ofusca os verdadeiros aromas do vinho e causa cheiro de mofo ou umidade.
Esse composto é resultado da presença de fungos na rolha de cortiça, que liberam enzimas que reagem quimicamente com o cloro (usado nos processos de branqueamento e esterilização das rolhas) e os compostos fenólicos (presentes em todos os tipos de vinhos).
Além dos nomes já citados, essa doença é chamada de “rolhada” pelos brasileiros, “corked” no idioma inglês e “corcho” em espanhol.
Como identificar o bouchonné?
Não é possível identificar o problema apenas olhando para a garrafa do vinho. A contaminação não deixa indícios na superfície da rolha ou não cor da bebida. Portanto, é necessário abrir a garrafa pra descobrir utilizando o olfato.
Porém, nos primeiros estágios da contaminação, o odor é bem discreto e pode passar despercebido. Nesse caso, basta deixar o vinho na taça por algum tempo que os traços se intensificam e fique mais fácil de perceber o bouchonné. Caso já tenha ingerido antes de notar o comprometimento, não tem problema. Apesar de atrapalhar degustação do vinho, o bouchonné não é prejudicial à saúde.
Que vinhos podem ser contaminados?
Especialistas afirmam que apenas 2 a 5% dos vinhos produzidos no mundo que são vedados com rolhas de cortiça natural apresentam contaminação pela bouchonné.
Entretanto, algumas pessoas afirmam que a cortiça nem sempre é a culpada pelo defeito. Sendo assim, as garrafas que são fechadas com outros materiais, como rolhas sintéticas ou tampa de rosca, não estão livres do problema. Existe ainda um pequena possibilidade de ocorrer contaminação da madeira das barricas pelo TCA.
O bouchonné pode aparecer em qualquer tipo de vinho, independentemente de sua origem ou reputação.
Referência: Art des Caves Acesso em: 21/11/2018