Doze garrafas de vinho foram envelhecidas por um ano no espaço para que pesquisadores pudessem analisar como o espaço alterou a sedimentação e as bolhas da bebida.
Os vinhos escolhidos foram Bordeaux franceses que ficaram um ano em órbita na Estação Espacial Internacional (ISS) e estão finalmente de volta à Terra. Eles retornaram ao planeta a bordo da Dragon CRS-21, que deixou a estação nesta segunda-feira (11) e pousou no Golfo do México.
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As garrafas foram enviadas a bordo de uma espaçonave de carga da Northrop Grumman em novembro de 2019, sob contrato da Space Cargo Unlimited. A empresa quer estudar como um ambiente de gravidade zero afeta as bolhas de ar e sedimentação na garrafa, e se isso tem algum impacto no sabor do vinho.
Um mês depois, a SpaceX enviou 320 mudas de videiras Merlot e Cabernet Sauvignon, também sob contrato com a Space Cargo Unlimited. Neste caso, o objetivo é determinar se o “stress” da viagem e da estadia em microgravidade pode resultar em plantas mais resistentes para cultivo aqui na Terra.
Segundo Nicolas Gaume, CEO da empresa, “nosso objetivo é encontrar uma solução para como poderemos ter amanhã uma agricultura que é tanto orgânica quanto saudável e capaz de alimentar a humanidade, e acreditamos que o espaço tem a chave para isso”, disse.
Todas garrafas de vinho foram embaladas cuidadosamente, cada uma dentro de um cilindro de aço para prevenir a quebra, e permaneceram fechadas enquanto estavam em órbita. Somente em fevereiro a Space Cargo Unlimited irá abrir “uma ou duas” para uma sessão de degustação exclusiva com a participação dos maiores enólogos da França.
As cápsulas Dragon da SpaceX são as únicas capazes de retornar equipamentos, amostras e resultados de experimentos da Estação Espacial para a Terra, já usam paraquedas para desacelerar durante a reentrada na atmosfera e fazer um pouso suave no oceano. Para sobreviver à viagem, cada garrafa de vinho foi acondicionada em um recipiente especial de metal.
Cápsulas de outras empresas, como a Cygnus da Northrop Grumman, são carregadas com lixo gerado a bordo da estação e fazem uma reentrada descontrolada, se incinerando ao atravessar nossa atmosfera.
Fonte: Olhar Digital, Huffpost