Que vinhos podem ser falsificados é um fato, embora nenhum enófilo goste de imaginar isso acontecendo. Esse é o pesadelo dos produtores e dos consumidores. Conheça alguns mitos e verdades sobre esse esquema.
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Você provavelmente já ouviu falar de um caso de falsificação de vinho que ocorreu em 2014 e até virou filme. O famoso golpe levou o culpado a ser condenado a 10 anos de prisão. O indonésio Rudy Kurniawan ficou conhecido por oferecer safras antigas de vinhos franceses e vendê-los em leilões para colecionadores.
Os falsificadores costumam comprar as garrafas vazias dos principais rótulos no mercado negro e então as enchem com vinhos mais baratos, repassando à compradores desavisados. No entanto, existem até mesmo falsificações menos rebuscadas, como um caso de 2020, que vendiam garrafas de vinho com com combustível usado em carros dentro.
Sabendo desses casos assustadores, conheça mitos e verdades sobre a falsificação de vinhos.
1 – A falsificação só ocorre com vinhos antigos – MITO
A possibilidade de uma falsificação de vinho antigo é maior que a de vinhos jovens. Isso porque é mais fácil inventar uma história de proveniência, mas não significa que rótulos mais novos estejam isentos desse risco.
2 – É só não comprar vinho de mais de 1.000 dólares – MITO
Se você estiver comprando de comerciantes com boa reputação, que compram vinhos diretamente de distribuidores autorizados, não há por que se preocupar.
No entanto, se você estiver comprando fora desses canais, é ideal verificar as garrafas, procurando primeiro se há alguma evidência de falsificação. Não importa o valor da garrafa: o risco de comprar um rótulo falso nesse caso é maior, independentemente do preço.
3 – Falsificações são encontradas apenas em leilões – MITO
Apesar dos casos mais conhecidos serem aqueles de leilões, esse problema não é encontrado apenas neles. Se você pesquisar, pode encontrar casos muito mais simples do que aquele que acontece no documentário Sour Grape.
4 – A melhor defesa contra falsificações é conhecimento e vigilância – VERDADE
Entender onde estão os riscos, quais são as tendências atuais da falsificação de vinhos e como verificar a autenticidade das garrafas é sua melhor defesa contra o vinho falso e os danos que essas fraudes podem causar ao seu patrimônio pessoal ou à sua reputação profissional.
5 – É muito difícil reconhecer um vinho falso antes de comprá-lo – MITO
Reconhecer um vinho falso antes de comprá-lo pode ser sim, difícil. No entanto, existem hábitos fáceis que você pode adotar para ter uma garantia maior de sucesso.
A melhor maneira de identificar um vinho fraudado é pela observação visual. Coisas como impressão pobre, papel errado, erros ortográficos, informações faltantes, etc. As falsificações “melhores” exigem autenticadores experientes para examinar as garrafas mais de perto.
Confira mais dicas sobre como evitar de comprar vinhos falsos:
Como evitar os vinhos falsos?
É difícil encontrar um vinho que seja alvo de criminosos, mas talvez você seja um enófilo curioso e aventureiro nesse mundo. Sendo assim, seguem algumas dicas básicas que servem também para quando formos comprar rótulos mais sofisticados.
- Verifique se há algum erro de ortografia no rótulo. Falsificadores podem cometer erros tão grosseiros que mesmo que o rótulo esteja em outro idioma, fica fácil de reconhecer;
- Veja se o rótulo tem marcas de cola e se está aplicado na garrafa da maneira certa. Rótulos tortos são um péssimo sinal;
- Os selos, etiquetas e as informações de importação estão lá? Se essas informações parecem estranhas, não compre;
- Preste atenção no tamanho e formato da garrafa. Mesmo os vinhos mais baratos seguem um padrão para as garrafas e as rolhas. A quase maioria das garrafas de vinhos tem 750 ml e um formato típico (principalmente os mais simples e baratos). Então, se a garrafa parecer estranha, desconfie.
- Prefira comprar de comerciantes com boa reputação, que compram vinhos diretamente de distribuidores autorizados.