Aromas de frutas, flores e especiarias são os mais previsíveis quando vamos beber um vinho. No entanto, às vezes sommeliers e degustadores reconhecem aromas inesperados e “terroso” é um deles. Mas o que seria a sensação de terra, e como ela se manifesta na taça?
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Para identificar esse aroma de terra, pensemos nos cheiros de um quintal, desde o solo virado no jardim até a passagem de uma rápida tempestade em solo seco de pedras, os aromas característicos que pairam no ar. Há também aromas associados a vegetais como a beterraba, por exemplo, e seu cheiro de “sujeira”, de terra sobre a casca. Beterraba é uma referência de aroma em tintos como Pinot Noir da Borgonha.
Na lista das uvas conhecidas por perfis de terra estão Sangiovese, Nebbiolo, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Tempranillo e Mencía. A Syrah, conhecida por suas notas de azeitona preta, especialmente no Vale do Ródano, na França, exibe notas terrosas como sujeira, brasas ardentes e grafite.
O local de cultivo também pode influenciar. Em climas mais frios, as uvas não acumulam tanto açúcar. Portanto, os vinhos são tendem a mostrar menos notas de frutas e mais de terra, comparados àqueles vinhos vindos de lugares de sol intenso.
Outras notas terrosas como “curral”, “manta de cavalo” e até “estrume” obscurecem as linhas entre a agradável terra rústica e uma falha de vinho gerada pela Brettanomyces, uma levedura selvagem. Antes que ela fosse identificada, seus sabores característicos eram associados a muitas denominações e uvas de prestígio, principalmente o sul do Vale do Ródano, na França. No entanto, alguns enólogos permitem que pequenas quantidades dessa bactéria entrem em seus vinhos como uma opção estilística.
Ainda há uma série de aromas que são ligados à terra, como o de cogumelos, couro e tabaco, que são gerados a partir do envelhecimento do vinho em barrica ou do amadurecimento em garrafa.
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