A 28ª edição da Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP28) inicia em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, trazendo à tona discussões sobre a redução das emissões de carbono. Este evento, com a participação de nações signatárias do acordo climático de 1992, destaca a urgência em combater as mudanças climáticas, muitas originadas pela queima de combustíveis fósseis.
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A reunião destaca uma notícia alentadora: os Estados Unidos e a China, os maiores emissores de dióxido de carbono, comprometem-se a dialogar, oferecendo um vislumbre de um possível acordo. Essa reviravolta, anunciada às vésperas da conferência, trouxe alívio aos participantes.
Vinho e sustentabilidade: combatendo as emissões de carbono na indústria vinícola
No universo do vinho, a preocupação com as emissões de gases de efeito estufa é uma pauta efetiva, sendo discutida e, felizmente, combatida com ações tangíveis. O 3º relatório anual da IWCA (International Wineries for Climate Action), entidade sem fins lucrativos fundada em 2019 pela Família Torres (Espanha) e Família Jackson (EUA), destaca os esforços de 45 empresas de 11 países e 139 vinícolas na busca por práticas sustentáveis.
O relatório revela que, no último ano, diversas vinícolas implementaram ações eficazes para reduzir as emissões de poluentes, utilizando métodos científicos para mensurar as emissões, alinhadas ao plano da ONU de atingir emissão zero de carbono até 2050. Miguel A. Torres, presidente da IWCA, enfatiza a ação colaborativa como um símbolo de enfrentamento das questões climáticas.
Inovações sustentáveis na produção de vinho
O documento destaca práticas sustentáveis adotadas pelas vinícolas, incluindo investimentos em energias renováveis, adoção de equipamentos eficientes e infraestruturas sustentáveis. A troca de garrafas pesadas por versões mais leves, instalação de painéis solares e a integração de veículos elétricos nas vinícolas são exemplos de medidas positivas que contam pontos na cadeia produtiva.
O relatório também aponta áreas críticas, identificando que:
- Apenas 15% das emissões totais são provenientes da produção direta de vinhos,
- As embalagens respondem por 20%,
- A compra de vinho a granel ou uvas de terceiros por 16%,
- O transporte para distribuidores e consumidores por 15%,
- E o combustível utilizado dentro e fora das vinícolas por 7%.
Este cenário reforça a necessidade urgente de mudanças, destacando o comprometimento da indústria vinícola em liderar a luta contra as emissões de carbono e promover um futuro mais sustentável.