Vinho dos Mortos é uma tradição portuguesa que se trata de enterrar o vinho e “ressucitá-lo” depois.
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Vinho dos Mortos: como começou a tradição?
Essa tradição data o início do século XIX em Portugal, quando houve a Invasão Napoleônica do país.
A história conta que um dia os vinhateiros enterraram as garrafas de vinho no chão para evitar que os soldados saqueassem. Quando os combates terminaram, desenterraram os vinhos e tiveram uma ótima surpresa: as bebidas estavam com um sabor ainda melhor, com graduação de 10º/11º, excelente bouquet e uma gaseificação natural devido à temperatura constante e à escuridão.
Foi assim que a tradição ganhou o nome “dos Mortos”, em alusão às garrafas terem sido enterradas.
Vinho dos Mortos atualmente
Essa tradição permanece embora a gama de fabricação não seja tão acentuada. No entanto, existem algumas vinícolas que criaram um projeto para recuperar e preservar essa bebida tradicional. A Adega Vinho dos Mortos, localizada em Boticas, está desde 2008 no mercado.
A produção do vinho inicia em novembro com a plantação e a colheita fica para o mês de outubro do outro ano. Depois ocorre a pisa da uvas, a reserva do vinho por 6 meses e o processo de fermentação. Em seguida, ele é certificado, engarrafado e enterrado.
Existe um museu português chamado de “Repositório Histórico do Vinho dos Mortos” que pode ser visitado. Ele homenageia a história e a produção desse vinho marcante, que se tornou motivo para pessoas de vários lugares visitarem a região.
Vinho dos Mortos no Brasil
A tradição portuguesa foi resgatada pela vinícola Quinta do Olivardo, localizada em São Roque. Todo mês há uma celebração onde enterram o Vinho dos Mortos e os participantes recebem um convite para retornar ao local após 6 meses para retirá-las dali.
Referências: Catraca Livre, Maison Bertin, Revista “Gosto” Nº10 Maio 2010; Editora Isabella