2020 começou com perspectiva positiva para o mercado de vinho. O boletim Focus, do Banco Central, apontava um crescimento de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2020 (a maior taxa desde 2013).
Leia também: Truques para fazer o vinho durar mais depois de aberto
Contudo, em março, vários estados brasileiros iniciaram o decreto de fechamento da maioria dos negócios, mantendo apenas os serviços essenciais. Restaurantes, bares, hotéis e outras empresas foram fechadas, ficando sem receber público, operando apenas com delivery e take away.
Uma pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de abril, divulgada nas redes sociais do especialista em vinhos Marcelo Copello. Foi respondida por 1.000 pessoas, com objetivo de retratar o mercado brasileiro neste momento de isolamento social.
Entre os participantes, foram 60% homens e 40% mulheres, representando 24 estados brasileiros. Seu perfil é de consumidores já com algum envolvimento com vinho, em sua maioria entre 25 e 55 anos de idade.
Confira como ficou algumas das estatísticas sobre a quantidade de consumo durante o isolamento social:
Analisando os dados apresentados, podemos perceber claramente um crescimento do consumo, com 67% das respostas declarando um aumento entre 30% a 60%. O dado confere com as importações, que tiveram no primeiro trimestre do ano um crescimento de 15,4% em relação a 2019, mesmo com dólar alto. Os vinhos brasileiros tiveram aumento de 8,9% em sua comercialização no trimestre.
Em relação à compra de vinhos, a maioria dos participantes respondeu que tem comprado mais (57%), mas este percentual está abaixo dos que declararam consumir mais (67%). Em várias entrevistas isso foi explicado: é porque os consumidores estão baixando seus estoques caseiros, consumindo mais do que comprando.
Em relação aos canais de compra, o líder continua sendo o mesmo de antes do isolamento: as grandes redes de supermercados. No entanto, há um grande crescimento do e-commerce, que normalmente responderia por 10% das vendas e na pesquisa chegou a 35%. Dentro desse crescimento, há uma fatia importante de novos consumidores que nunca haviam comprado vinho online.
Procurando um e-commerce de vinho? Conheça o Bebidas do Sul
Outro canal emergente é o das vendas diretas via WhatsApp, que registrou 23% na pesquisa. Este “corpo a corpo” digital tem se mostrado muito efetivo durante a quarentena.
Um canal que neste momento está em grande dificuldade é HORECA (hotéis, restaurantes, bares), o principal para muitas empresas. Este canal que normalmente responde por cerca de 10% de todo o vinho consumido no país está totalmente parado no momento. Segundo Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) teve queda de 52% do faturamento do setor. Entre as empresas, 40% relataram retração nas vendas depois do isolamento social.
Perguntados sobre o futuro próximo, a maioria disse que pretende manter o atual consumo. Porém, é precipitado tirar conclusões sobre isso, já que a primeira fase da quarentena pode levar a uma euforia de consumo, que depois tem possibilidade de se retrair. Contudo, o mercado do vinho no Brasil é resiliente em crises e tende a não sofrer retração em volume. As mudanças, contudo, são profundas, principalmente nos canais de venda e nas ocasiões de consumo.
A pesquisa ainda tirou algumas dúvidas sobre o tipo de vinho que tem sido mais popular durante o isolamento social entre os brasileiros. Confira:
Referência: Veja