Aquela data que aparece no rótulo do vinho refere-se ao ano da safra do vinho. Algumas pessoas se importam muito com a safra ao comprar um vinho, outras nem tanto. Estas costumam ser aquelas que consomem mais vinhos jovens.
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Há muito tempo os humanos perceberam que faziam vinhos diferentes mesmo que as uvas fossem colhidas no mesmo vinhedo e o processo utilizado na vinificação fosse exatamente igual ao longo do tempo. Os egípcios costumavam a colocar data nas ânforas para distinguir os vinhos de cada safra.
Ao contrário do que muita gente pensa, essa data não corresponde ao ano de fabricação da bebida, mas sim ao ano que as uvas daquele vinho foram colhidas. Existem vinhos que só são comercializados anos após a colheita, pois seu sabor modifica com o passar dos anos. Essa alteração é causada basicamente pelas variações climáticas da região do vinhedo, já que é impossível ter temperaturas exatamente iguais dois anos seguidos. Essas diferenças refletem no fruto, na qualidade, na quantidade, etc.
Os anos das safras podem fazer muita diferença. Os grandes vinhos Bordeaux, por exemplo, em uma safra considerada excelente (com boas condições climáticas), alguns podem valer milhares de dólares por garrafa. Em uma safra considerada fraca, os vinhos podem custar até 10 vezes menos.
Tudo pode influenciar no vinho. Uma temporada de seca ou de chuvas, um inverno mais rigoroso ou mais ameno, intensidade do sol, neve etc. farão com que o vinho tenha características diferentes de ano a ano – principalmente quando refere-se aos vinhos terroir, pois os produtores destes intervêm o menos possível para que a bebida expresse as peculiaridades do solo e do clima local.
Em vinhos mais massivos, as diferenças tendem a ser menores devido aos ajustes enológicos feitos pelos produtores, porém, ainda são presentes.
Hoje em dia, apesar de algumas safras serem consideradas ruins, bons enólogos ainda conseguem transformá-las em bons vinhos.