Nesta segunda, dia 20, nós tive a oportunidade de visitar a vinícola da Casa Valduga. Ela é localizada no Vale dos Vinhedos, especificamente em Bento Gonçalves, lá na Serra Gaúcha. Sempre tive interesse em conhecer o local, por causa dos seus vinhos premiados e pela bela estrutura que tinha visto em fotos (e não decepcionou nadinha).
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O tour para os visitantes é por ordem de chegada. Pegamos o horário das 14:30 e por ser fora da época de férias, estávamos em um grupo bem pequeno. Fomos instruídos a passar primeiro na recepção, onde recebemos uma taça cada um (o valor da visita é R$40). A taça é de cristal e possui o logo da Valduga, é muito bonita e você pode levá-la para casa depois como brinde. Essa taça é carregada durante todo tour, pois as degustações vão acontecendo de acordo com a explicação do guia.
De início, o grupo já desce as escadas para uma adega, onde estão vários vinhos armazenados. O teto alto e as paredes em tijolinhos dão uma atmosfera rústica e medieval. Ao longo do passeio, nos deparamos até com armaduras. Você não vai querer dispensar as fotos.
O guia já começa falando sobre a história da família Valduga, contando sobre desde 1875, quando o primeiro imigrante da família desembarcou no Brasil. Nesta sala, fica disposto majestosamente o vinho Luiz Valduga Tinto, uma homenagem ao Luiz Valduga, que construiu a vinícola que agora nós conhecemos.
Após um pouco mais de história, entramos em um espaço com a mesma atmosfera, onde finalmente fizemos a primeira degustação. O nosso guia explicou que eles mudam de tempo em tempo os vinhos para serem degustados, mas dessa vez pudemos experimentar o Identidade Pinot Noir e o Raízes Cabernet Sauvignon. Nessa parte, são servidos apenas os tintos. O guia explicou sobre os vinhos, dando detalhes sobre a passagem em barril de carvalho. Todo tempo ele abria espaço para responder as dúvidas do grupo.
Depois de passar por uma salinha com barricas, entramos em uma sala enorme e bem iluminada, onde estão as máquinas que lacram e rotulam as bebidas. Lá ficam também as caixas prontas para a exportação. Achei muito interessante que a garrafa de 130 Magnum Brut (que possui 1,5 L) não cabe na máquina, então os funcionários precisam fazer o trabalho nela manualmente.
Diante de janelas de vidro com visão para as máquinas e as pessoas trabalhando nelas, nós fizemos a degustação do vinho branco Identidade Gewurztraminer. Enquanto experimentávamos, ele explicava sobre como o processo é diferente dos vinhos brancos para os tintos e como eles são melhores quando servidos no verão – já que o clima no dia estava bem frio, beirando os 7ºC.
Ali, ele também contou que eles normalmente produzem um rótulo por dia, pois as garrafas precisam de um encaixe diferente na máquina durante a produção. A vinícola costuma a fazer mais de um rótulo somente quando há algum pedido especial.
Após terminarmos a degustação, descemos mais um lance de escadas, entrando em mais uma cave. Lá é enorme e os vinhos ficam separados por seções, cada uma classificada em plaquinhas. É onde os vinhos ficam descansando para que sejam manuseados somente em algumas ocasiões durante o dia para que os sedimentos fiquem no fundo da garrafa e que possam ser retirados depois. O guia dá uma explicação bem detalhada de como isso funciona.
Passamos por um longo corredor com câmaras frias ao redor e com as garrafas posicionadas em cavalhetes, com as bocas para baixo. No final, paramos para degustar os espumantes. Tivemos a oportunidade de experimentar o premiado Casa Valduga 130 Brut e o Naturelle Moscatel. O espumante 130 tem medalha de prata em Effervescents Du Monde, 90 pontos no Guia Descorchados e medalha de TOP 50 na Decanter Magazine.
Infelizmente, por causa do clima ruim – estava chuvendo – não pudemos visitar os parreirais. A melhor época de visitar a vinícola com certeza é em Março, quando estão em época de colheita e os parreirais estão repletos de uvas.
Fizemos o caminho contrário para voltar, então caso alguma foto não tivesse sido tirada, ainda tinha tempo para isso. No final, há a lojinha onde eles vendem os vinhos e espumantes da Casa Valduga, além de geléias e outros produtos. Ali eles também embalam a taça em uma caixinha muito elegante.
O passeio dura entre 1h15 e 1h30 e vale muito a pena. A visitação foi interessante e o guia (o nosso chamava-se Moses) foi muito atencioso, respondendo todas as dúvidas. A vinícola Valduga é uma parada essencial para quem visita o Vale dos Vinhedos e com certeza é fascinante para qualquer um que adore vinhos e espumantes.
Valor consultado dia 20/08/2018
Fotos: Adrien Neumann e Edgar Neumann