Uma pesquisa feita na Universidade de Oxford pelo professor Charles Spence concluiu que as características do vinho são modificadas de acordo com a música que está sendo tocada no ambiente.
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Após diversos estudos, Charles Spence percebeu que alguns ritmos musicais faziam com que as pessoas fossem remetidas a sabores diferentes (doce, salgado, ácido ou amargo) quando provavam um vinho escutando uma determinada música.
Ele notou que as notas de piano costumam estar associadas a aromas de damasco, frutas vermelhas e baunilha, enquanto os estilos mais pesados de rock (metal, por exemplo), remetem a aromas almiscarados. Ele também analisou que os instrumentos de sopro remetem mais à acidez.
É interessante destacar que quando os vinhos foram degustados às cegas, sob a influência de estilos musicais variados, as cobaias os identificaram como sendo rótulos diferentes.
Como harmonizar vinho e música?
As pessoas que participaram do estudo disseram que vinhos tintos pesados, como o Malbec, combinam melhor com instrumentos como órgão, por exemplo. Já para apreciar um vinho branco leve, como um Sauvignon Blanc, as melodias escolhidas eram bem mais delicadas, como o toque de uma harpa.
Outro estudo, feito na Universidade de Edimburgo, apontou que um Cabernet Sauvignon fica 60% mais “rico” e “robusto” ao som de Carmina Burana, de Carl Orff, do que quando bebido em silêncio. Pode ser apreciado também com músicas bravas, que amenizam os taninos do vinho. Uma sugestão é People are strange, do The Doors.
Vinhos tintos preferem músicas com sentimentos. Evite canções muito alegres ou tons estridentes. Por isso, para provar um Pinot Noir, a melhor escolha são músicas românticas. Já os vinhos doces preferem músicas com tempo devagar e algum ritmo, tocadas no piano. Vinhos ácidos já caem melhor com melodias rápidas, ritmadas, com instrumentos metálicos. Vinhos salgados também gostam desse estilo, mas preferem músicas em ritmo staccato.
Outras sugestões, dicas do sommelier Sándor Szakurán (da World Wine):
- I’ve Got You Under My Skin (Frank Sinatra): tinto espanhol de uvas tempranillo ou um sangiovese italiano.
- A Flauta Mágica (Mozart): riesling (branco) alemão ou australiano.
- Eleanor Rigby (Beatles): tinto português da região do Douro.
- Brown Sugar (Rolling Stones): syrah do vale do Rhône (França).
- War Pigs (Black Sabbath): um tinto da região de Bordeaux (França).
- Wave (João Gilberto): um chardonnay da Borgonha ou do Chile.
- Fio de Cabelo (Chitãozinho e Xororó): espumante.
Conte para nós as harmonizações que você fizer, criando a sua própria recomendação. Vinho e música é sinônimo de diversão!
Fonte: Vinho em Prosa, Famiglia Valduga, VIP