Uma startup francesa, a Space Cargo Unlimited, pretende realizar uma pesquisa biológica em gravidade zero – e vai usar para isso a bebida predileta de seu país de origem, o vinho.
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Ainda neste ano, a missão WISE, da Space Cargo Unlimited, vai transportar uma dúzia de garrafas de vinho para a Estação Espacial Internacional (ISS). A proposta é analisar se os microorganismos que contribuem para o sabor da bebida envelhecem da mesma forma do que na Terra.
“Imaginamos que manter essas amostras por um tempo na estação, dentro de um ambiente de microgravidade e micro radiação, terá algum impacto sobre essas bactérias”, disse o professor Philippe Darriet, consultor científico da missão e diretor do Instituto de Pesquisa de Vinhos da Universidade de Bordeaux, em entrevista ao Quartz.
A missão é a primeira dentre seis que a startup planeja realizar até 2020. Nas missões seguintes, a ideia, segundo a Space Cargo, é levar videiras para crescer no espaço. O objetivo é descobrir novas técnicas para tornar a produção de vinho mais resistente a parasitas e mudanças climáticas – informações importantes para a França que, em 2018, exportou mais de US$ 14 bilhões em vinho.
Existe uma outra razão para a escolha do vinho. Com as missões, a startup quer atrair investidores milionários. Cada um deles receberá um baú personalizado cheio de objetos para serem levados ao espaço – entre os itens, estará a garrafa de vinho. A ideia é que seja um item de colecionador único e irresistível.
Por enquanto, a startup só tem cinco investidores no projeto. Para financiar a missão espacial, os valores começam em sete dígitos. A Space Cargo não é a primeira a levar bebidas alcoólicas para a estratosfera. A Nanoracks, uma empresa especializada em carregar cargas ao espaço, já colocou em orbita um uísque da marca Ardbeg.
No futuro, a Space Cargo pretende estudar o comportamento de outros produtos no espaço. Também faz parte dos planos conectar empresas e universidades com investidores e parceiros que queiram fazer pesquisas sobre agricultura no espaço. E, por fim, lançar sua própria estação espacial.
Fonte: Época