Mais da metade da safra de uva que está sendo colhida no Rio Grande do Sul será destinada para a produção de sucos. Nos últimos anos, o mercado da bebida cresceu em média 25% ao ano – puxado principalmente pela crescente preocupação dos consumidores em adotar hábitos mais saudáveis.
Os sucos mais vendidos são os naturais e integrais, com 100 milhões de litros comercializados anualmente, segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Apenas de janeiro a setembro de 2018, a categoria cresceu 37%, comparado ao mesmo período do ano anterior.
A população está consumindo produtos mais naturais, que ofereçam benefícios à saúde, os quais são comprovados em estudos científicos — reforça Oscar Ló, presidente do Ibravin.
Outro fator positivo, segundo o dirigente, é a variedade da bebida oferecida em versões tinta, branca e rosé — além da versatilidade das embalagens, como caixinhas, garrafas de vidro e bag in box de três litros.
Nos supermercados gaúchos, a bebida à base de uva representa 30% de todo o faturamento de sucos líquidos.
A maior procura pela bebida é percebida também em bares e restaurantes do Rio Grande do Sul, onde os refrigerantes aos poucos estão sendo substituídos por sucos naturais.
“A migração é visível entre os clientes. E a substituição se dá principalmente com o suco de laranja ou o de uva integral” relata Maria Fernanda Tartoni, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Estado (Abrasel-RS).
O apelo da bebida se dá também pela questão local, diz Maria Fernanda, já que a grande maioria dos sucos de uva é produzido na Serra: “Os turistas, ou mesmo o cliente daqui, valorizam muito os produtos locais”.
Rio Grande do Sul produz 90% da bebida
O Rio Grande do Sul é responsável por 90% da elaboração de sucos de uva no país. Ao todo, mais de 15 mil famílias gaúchas estão envolvidas no cultivo, principalmente na serra gaúcha. O perfil das propriedades é 100% de produtores familiares, segundo dados do Ibravin.
A industrialização do produto, concentrada em vinícolas de médio e grande porte, começou a ganhar espaço também em cantinas familiares, como alternativa de agregação de valor da produção e de renda.
O suco de uva poderá ganhar incentivo ainda maior de mercado se for incluído no regime da cesta básica do ICMS, o que poderá facilitar o acesso da população e a inclusão do produto na merenda escolar da rede pública de ensino. A proposta formatada pelo setor vitivinícola, reivindicada há anos, é apoiada por entidades supermercadistas de todo o país.
“Se o produto receber esse incentivo, o consumo irá deslanchar ainda mais”, prevê Antonio Cesa Longo, presidente da Agas.
Qual a diferença entre tipos de sucos?
Suco integral: Saudáveis, os sucos integrais são 100% da fruta, sem adição de açúcar, água, corantes ou aromatizantes.
Exemplos: O Suco de Uva Integral Casa Madeira Tinto é um produto natural, elaborado com a pureza e qualidade da uva do Vale dos Vinhedos. Ele é fonte de nutrientes e energético, um ‘blend’ elaborado com as cepas Isabel e Bordô. Também vem na versão de 3 litros, o bag in box.
Seu método de elaboração, a partir do aumento de temperatura, extrai 1 litro de suco a cada 1,7 quilos de uva, preservando todas as enzimas que combatem os radicais livres e ajudando a reduzir o colesterol ruim que prejudica o sistema cardiovascular.
Suco natural: São aqueles sucos naturais são preparados na hora e com frutas frescas.
Suco néctar: Sucos que são encontrados em mercados prontos para o consumo. Estes são bebidas adocicadas, diluídas em água e que apresentam pelo menos 50% do extrato da fruta em sua composição.
Suco em pó: Precisa ser diluído em água, contém conservantes, açúcar, aromatizantes, corantes e baixas quantidades de suco. É uma bebida bem pobre nutritivamente. Pode nem conter fruta em sua composição.
Referências: Gaúcha ZH, Blog Syngenta. Acesso em: 25/01/2019