Estudos demonstram que a informação sobre o país de origem afeta as escolhas de compra, especialmente entre consumidores mais velhos.
Uma pesquisa da FEA-RP revela que a origem de um vinho influencia a avaliação de consumidores com mais de 48 anos. O estudo utilizou um aparelho de eletroencefalografia (EEG) para analisar as reações cerebrais diante da informação sobre a procedência do vinho.
Os resultados indicam que consumidores da geração X reagem mais intensamente à informação sobre o país de origem durante a degustação, mesmo quando bebiam vinho brasileiro.
O EEG monitorou atividades cerebrais, como processamento cognitivo, valência emocional e preferências, revelando como o cérebro responde à informação sobre a origem do vinho.
O estudo, com 80 participantes da geração X e Y, examinou como cada grupo reagia à informação sobre a procedência do vinho.
O EEG captou diferentes ondas cerebrais ativadas por estímulos, como o vinho e a informação sobre a origem, mostrando diferentes estados mentais.
Os participantes foram divididos em grupos experimental e de controle, com o primeiro recebendo informações sobre a procedência do vinho e o segundo não.
A pesquisa concluiu que a informação do país de origem influencia mais as preferências dos consumidores mais velhos do que dos mais jovens.
Não foram encontradas diferenças significativas na valência emocional em relação à informação sobre a origem do vinho entre os dois grupos etários.
Segundo a orientadora da pesquisa e professora da FEA-RP Janaina de Moura Engracia Giraldi, existem diferenças na maneira como o país de origem é percebido pelas gerações X e Y. “As pessoas mais velhas tendem a confiar mais nas informações de origem do que as mais novas”, diz.
Para a geração X, a informação do país de origem é vista como indicador de qualidade do produto, sendo esse critério tão importante quanto os atributos extrínsecos como o preço, a garantia, o rótulo e a marca. Já para a geração Y, o país de origem dos produtos teria uma importância reduzida em comparação à geração X.
“E isso poderia ser explicado pelo fato de os mais novos terem mais acesso à internet, fazerem mais viagens internacionais e terem disponibilidade e conhecimento de informações intrínsecas relacionadas ao produto, como o tipo de uva, a safra, a temperatura, o teor alcoólico e o local de cultivo”, avalia.
A pesquisadora disse que os resultados dessa pesquisa podem servir para os gestores de marketing traçarem estratégias mais eficazes, direcionando melhor seus esforços de propaganda e anúncios focados nos consumidores da geração X, conclui.