Dois estudos diferentes realizados nos Estados Unidos e na França analisaram mais de 200 mil notas dadas a vinhos por empresas especializadas e concluíram que vinhos certificados como orgânicos ou biodinâmicos receberam as notas mais altas.
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O estudo estadunidense foi feito pela pesquisadora Magali Delmas, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Foram analisadas 74.000 notas de vinhos californianos dados por Robert Parker, Wine Enthusiast e Wine Spectator e concluiu que os vinhos ecológicos têm em média notas 4,1% superior aos que não são certificados.
Já o estudo francês foi publicado na revista Ecological Economics com a análise de 128.000 notas de vinhos exclusivamente produzidos na França e o resultado foi ainda mais superior.
Segundo a pesquisa, os vinhos certificados como orgânicos tiveram resultado 6,2% maior do que os que dizem ser orgânicos, porém sem certificação. Para os biodinâmicos o resultado foi que os vinhos certificados receberam notas 11,8% a mais do que os não-certificados.
A mudança na mentalidade de produtores e consumidores está elevando o mercado de vinhos ecológicos, segundo a consultoria IWSR os vinhos biodinâmicos e orgânicos devem ter um salto nas vendas de 43% entre 2020 e 2024.
A pesquisadora do primeiro estudo, Magali Delmas, diz que é um interessante movimento do mercado uma vez que os vinhos orgânicos e biodinâmicos por anos tiveram a reputação de serem ruins e por isso produtores chegaram a esconder a certificação. Ela conta que embora vinícolas “estivessem na produção de vinho sustentável e orgânico, não queriam usar o rótulo orgânico porque tinha uma reputação muito ruim, então não usavam essa coisa nova chamada biodinâmica ”. Porém, com a nova geração, a imagem dos vinhos ecológicos mudou e o mercado cresce rapidamente.