Risíduos de vinho foram encontrados em cerâmicas neolíticas, desenterradas por arqueólogos na Geórgia, no sul do Cáucaso. A descoberta foi publicada nessa segunda-feira, 13, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences e sugere que a invenção da bebida ocorreu quase 1.000 anos antes do que se acreditava.
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Indícios químicos mais antigos datavam 7.000 anos atrás, nas montanhas de Zagros, no Irã. Agora, cientistas sabem que a produção é ainda mais antiga.
As escavações se concentraram em Gadachrili Gora e Shulaveris Gora, sítios arqueológicos ricos em cerâmicas do início do Neolítico. A análise dos resíduos encontrados em oito jarros antigos revelou a presença de ácidos relacionados a viticultura: ácido tartárico, málico, succínico e cítrico.
A combinação de dados arqueológicos, químicos, botânicos, climáticos e de datação mostra que a variedade de videira Vitis vinifera era abundante em ambos sítios. A maioria das uvas clássicas pertence a essa espécie, como Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Syrah, Merlot, Garnacha, Mourvèdre e Riesling.
Os pesquisadores explicaram que, nessas sociedades antigas, beber e oferecer vinho fazia parte de quase todos os aspectos da vida. “O vinho [era usado] como um remédio, uma substância que altera o espírito e inclusive como uma mercadoria de grande valor, tornando-se um componente essencial dos cultos religiosos, da farmacopeia, da cozinha, da economia e da vida social em todo o Oriente Médio”, afirmou o arqueólogo Stephen Batiuk, do Centro de Arqueologia da Universidade de Toronto, no Canadá.