O Brasil é um país diversificado e seu terroir não seria diferente disso. Nós temos aqui um terroir muito especial, que faz vinhos bastante charmosos.
Terroir é uma palavra francesa que se refere a todos os fatores que influenciam a vitivinicultura, como o clima, o relevo, o solo e seu manejo, posicionamento geográfico do local, uvas que podem ser cultivadas e também os processos realizados na cantina para produzir os vinhos.
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O Brasil é de grande extensão territorial e, mesmo que suas regiões tenham diferentes terroirs, de qualquer forma o país está sob clima tropical e sub-tropical, o que interfere muito nas características de nossos vinhos. Com excesso de calor e umidade, boa parte do Brasil é impróprio para o desenvolvimento adequado da cultura vinífera.
Breve história sobre o uso do terroir
Por volta de 1500, houve muitas tentativas de criar videiras europeias no Brasil, mas em sucesso. Somente no final do século XVIII, quando introduziram as primeiras videiras americanas, que conseguiram produtividade. Com a colonização italiana na Serra Gaúcha, então, iniciou-se a elaboração de vinhos de mesa para consumo próprio e, logo em seguida, para toda região sul do país.
Os vinhedos de vitis viníferas (uvas de vinhos finos) só foram implantados nos anos 1970 e 1980. Desde então, o país está crescendo rapidamente nesse setor, melhorando tecnologias, técnica de cultivo e de vinificação, entre outras coisas; popularizando o consumo e recebendo conhecimento internacionalmente.
Existem até mesmo safras aclamadas, como a de 1999, que apresentou diversos vinhos de qualidade jamais vista na vinicultura brasileira.
Principais regiões produtoras
A maior parte da regiões vinícolas do Brasil está concentrada no sul, longe da linha do Equador, com vinhedos localizados em locais mais frios, altos e montanhosos. Apesar disso, outras regiões também são produtoras de vinho. Conheça alguns locais:
- Nordeste: Nesse terroir inesperado, planta-se Shiraz, Chenin Blanc, Moscatel, Touriga Nacional e outros tipos e uvas, que adaptaram-se a condições jamais imaginadas por vinicultores inicialmente. No nordeste, sudoeste do estado de Pernambuco e centro-norte do estado da Bahia, há grandes planícies. Chuvas concentradas entre janeiro e março/abril, altas temperaturas e insolação.
- São Roque e Jundiaí: Apesar de São Paulo já ter tido cerca de 100 vinícolas, hoje há muito pouco em toda região do sudeste. A maioria são de vinhos de mesa, apesar de ter algumas de vinhos finos.
- Paraná: Oeste do estado e região próxima de Curitiba, tem altitudes médias em planalto, chuvas de verão e inverno rigoroso. As uvas principais são as castas francesas tradicionais.
- Santa Catarina: O centro do estado (Caçador e Campos Novos) tem altitude média para alta (acima de mil metros), invernos rigorosos e primavera mais seca, no sul do estado a região de São Joaquim é ainda mais fria, sujeita a geadas tardias, a colheita ocorre em abril. As castas são as francesas tradicionais.
- Rio Grande do Sul: Com variações de terroir, o estado do RS permitiu criação de diversas vitis viníferas diferentes. Dependendo do local, especializam-se em Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Viognier, Marselan, Nebbiolo, Cabernet Sauvignon, Tannat, Tempranillo, Gewürztraminer, entre outras.
O terroir do sul do Brasil: o maior destaque do país
O sul é a região vinífera mais conhecida do Brasil e por um bom motivo: foi ali que nasceram as tradições e muitas das inovações. Isso provém principalmente devido a imigração italiana do final do século XIX, que trouxe as uvas europeias e os métodos de produção.
Atualmente o Rio Grande do Sul é uma macroregião que pode ser dividida em quatro regiões:
- Campos de Cima da Serra: com altitudes e clima frio mais parecido com Santa Catarina do que com o restante do Rio Grande do Sul. O clima da região auxilia a produção de uvas que gostam de frio, como a Sauvignon Blanc e a Pinot Noir;
- Serra Gaúcha: Engloba importantes subregiões, entre elas a mais famosa do país, o Vale do Vinhedos, as cidades de Garibaldi, Farroupilha, Bento Gonçalves e seus muitos distritos, e Flores da Cunha;
- Serra do Sudeste: No município de Encruzilhada da Serra, existe o ponto de encontro de muitas áreas de produção de uvas, pertencentes a empresas importantes como a Chandon, a Casa Valduga e a Vinícola Angheben.
- Campanha Gaúcha: É uma enorme área de divisas, cuja produção de uvas e vinhos está hoje concentrada nas cidades de Bagé, no leste do estado, e em Dom Pedrito e Santana do Livramento, no oeste, com um clima que favorece as uvas que necessitam de longa maturação e aquelas que apreciam verões mais secos, como a Tannat.
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