Muitas pesquisas e novas descobertas estão sendo realizadas para entendermos mais sobre o início e o passado do vinho, uma bebida tão antiga e apreciada atualmente. São anos de tradição e cultura. Dessa vez, um estudo possibilitou que compreendêssemos um pouco mais sobre como tanoeiros trabalhavam.
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O que são tanoeiros?
São pessoas que consertam ou fazem tonéis, tinas, dornas, barris, pipas e outros vasilhames semelhantes em madeira para o armazenamento do vinho e mais recentemente aguardente/cachaça.
As tais barricas de madeira foram encontradas em uma escavação arqueológica em Reims, na França. Esse achado foi de 2008, mas na época os pesquisadores determinaram que os objetos serviam para o transporte de água. Com novos estudos, encontraram fragmentos de ácidos málico e tartárico no interior da barrica, levando os cientistas a perceber que na verdade tratavam-se de toneis de vinho.
As barricas foram datadas sendo entre os séculos I e IV d.C. e estão em um ótimo estado de preservação. Isto ajudou os pesquisadores a entender um pouco mais sobre a tanoaria das primeiras barricas.
A madeira utilizada não foi o carvalho e sim o Abeto, árvore da família dos Pinos e dos Cedros. As barricas possuíam entre 22 e 25 ripas de dois metros cada e uma capacidade de armazenamento entre 1.000 e 1.200 litros.
A descoberta mais interessante se deu ao fato de que nas barricas há marcas que os pesquisadores estão relacionando aos produtores, “a montagem foi confiada a um mestre artesão, pois dele dependia a resistência, a vedação e a durabilidade da barrica. Assim que o barril foi montado, o tanoeiro marcou sua marca nele com um ferro quente”, destacam os pesquisadores Pierre Mille e Philippe Rollet.
O relatório final da pesquisa busca mostrar como o serviço na sociedade romana era dividido entre diversas pessoas, “Esta rede reúne viticultores, artesãos, comerciantes, patrocinadores, transportadores e agentes que circulavam por uma grande área geográfica e com uma economia baseada na colaboração de diversos trabalhadores especializados.”.
Barricas similares já foram encontradas no Reino Unido, na Hungria e na Romênia, mas essas foram as que estavam melhores preservadas e puderam trazer maiores detalhes sobre o antigo comércio do vinho!
Referência: Adega