Você sabia que muitas vinícolas já sofreram ao ter seus vinhos falsificados? Para evitar esse tipo de problema, um estudo feito na Austrália desenvolveu uma nova técnica.
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A falsificação de vinhos é o pesadelo dos produtores e dos consumidores de vinho. O mais famoso golpe foi executado em 2014 por Rudy Kurniawan, que foi condenado a 10 anos de prisão. Ele ficou conhecido por oferecer safras antigas de vinhos franceses e vendê-los em leilões para colecionadores. Sua história inclusive foi contada no documentário chamado Sour Grapes.
Apesar de não ser algo muito comum, ainda acontece atualmente. No início de 2020, golpistas foram presos por falsificar 1 milhão de litros de vinhos italianos.
Os falsificadores costumam comprar as garrafas vazias dos principais rótulos no mercado negro e então as enchem com vinhos mais baratos, repassando à compradores desavisados.
Com receio desse tipo de acontecimento, algumas pesquisas foram feitas para evitar a falsificação. Uma delas foi organizada pela Universidade de Adelaide, na Austrália, que é pioneira na utilização da espectroscopia de fluorescência para desmascarar vinhos falsificados. De acordo com os testes, a técnica teve 100% de assertividade, além de ser rápida e simples.
“Este método fornece uma ‘digital’ da amostra de acordo com as substâncias fluorescentes e emissoras de luz” explica Ruchira Ranaweera, doutoranda da Universidade de Adelaide e que conduziu o estudo. Utilizando uma robusta base de dados, a técnica consegue dizer a proveniência da uva que produziu o vinho estudado.
Durante o experimento, a pesquisadora foi capaz de identificar Cabernet Sauvignons de três regiões diferentes da Austrália e um de Bordeaux de maneira correta. “Está é comprovadamente uma poderosa técnica de autenticação”, destaca Ranaweera.
Segundo a pesquisadora, a nova técnica trará outras aplicações para a indústria vitivinícola, uma vez que por meio dela os produtores poderão fazer análises fenólicas do vinho e até detectar o odor de fumaça, problema constante em locais como a Austrália e Califórnia nos últimos anos. O estudo permitirá ainda descobrir qual, ou quais, moléculas fazem com que alguns vinhos sejam tão únicos.
A técnica já estará disponível na Austrália a partir de janeiro de 2021 e a ideia dos pesquisadores é levar para o resto do mundo para aumentar a base de dados.