O setor do vinho vive um momento de transformação. As tendências do enoturismo em 2025 refletem a busca das pessoas por momentos de desconexão tecnológica, contato com a natureza e experiências autênticas.

Apostar em novas estratégias de relacionamento direto com o público, que incluem inovação, experiências diferenciadas e maior proximidade com os consumidores.

Nesse cenário, especialistas em vendas diretas ao consumidor (DTC) e donos de vinícolas apontam caminhos que já estão dando resultado, mostrando que o enoturismo pode ir muito além da tradicional degustação na vinícola.

Neste artigo, conheça as principais tendências que estão marcando o enoturismo este ano e como redefinem como as vinícolas se relacionam com turistas e clientes.

Vamos lá?

1. Tendências do enoturismo itinerante: o vinho vai até o público

Uma das grandes novidades é o chamado enoturismo itinerante. Em vez de esperar que os visitantes cheguem às vinícolas, algumas marcas levam seus vinhos diretamente a festivais, feiras gastronômicas, eventos culturais e até residências.

Exemplos práticos já acontecem nos Estados Unidos. A Wölffer Estate, em Nova York, criou um estande móvel que circula por eventos na costa leste e também um caminhão equipado com chopeiras de vinho. Outras iniciativas incluem salas de degustação em áreas urbanas, com funcionamento estendido e atividades extras como música ao vivo, stand-up comedy e oficinas de arte.

Essa tendência amplia o alcance das vinícolas e aproxima o público que talvez nunca tivesse a oportunidade de visitar os vinhedos presencialmente.

2. Interação direta com proprietários e enólogos

Em um mundo cada vez mais digital, cresce o desejo por experiências humanas genuínas. Por isso, muitas vinícolas estão apostando em maior interação com proprietários e enólogos.

Vinícolas menores se destacam nesse aspecto. No Russian River, um casal proprietário relatou crescimento contínuo de visitantes e vendas porque recebe pessoalmente os clientes, percorre os vinhedos com eles e mantém um relacionamento próximo com os membros de clubes de vinhos.

Essa aproximação torna a experiência mais autêntica, fortalece o vínculo emocional com a marca e aumenta a fidelização.

3. Eventos e experiências diferenciadas

As simples degustações conduzidas por atendentes já não são suficientes para muitos turistas. Em 2025, o enoturismo ganha força ao oferecer experiências originais e memoráveis.

Alguns exemplos marcantes incluem:

• Ioga com cabras anãs, como acontece no Brandeberry Winery, em Ohio.
• Interação com miniaturas de burros na Ravine’s Wine Cellars, em Nova York.
• Passeios sustentáveis em tratores pelos vinhedos, com observação de animais como galinhas, vacas e ovelhas.
• Workshops criativos, como a oficina de vedação de garrafas em cera promovida pela Belle Glos, em Napa, que viralizou no Instagram e TikTok.

Esse tipo de vivência transforma a visita em algo único e compartilhável, o que também fortalece a divulgação orgânica nas redes sociais.

4. Degustações espontâneas e preços mais acessíveis

Em regiões como Napa Valley, onde antes era quase impossível visitar uma vinícola sem reserva, cresce a oferta de degustações espontâneas. Placas ao longo da Highway 29 já anunciam: “Drop-ins welcome”.

Além disso, várias casas reduziram os valores cobrados. A Bella Union, por exemplo, passou a oferecer degustações mais simples por US$ 45, abaixo da média regional, que gira em torno de US$ 75 para opções padrão. Outras vinícolas, como Kendall-Jackson e DeLoach, passaram a oferecer uma rodada gratuita de boas-vindas.

Essas mudanças tornam o enoturismo mais acessível, convidativo e democrático.

5. Clubes de assinatura de vinhos entre as tendências do enoturismo

Outra tendência forte para 2025 é o crescimento dos clubes de assinatura. Diferente dos clubes de vinhos tradicionais, esses modelos oferecem maior flexibilidade e preços mais acessíveis.

O consumidor pode escolher a frequência das entregas, personalizar os envios e pagar menos do que em clubes convencionais. Embora a permanência média nesses planos seja menor, eles funcionam como porta de entrada para novos apreciadores de vinho e fortalecem o vínculo de longo prazo com as marcas.

Desconexão tecnológica e reaproximação com a natureza

Todas essas tendências convergem para um ponto comum: a busca por desconexão do cotidiano digital e maior contato humano e ambiental. Em 2025, os visitantes querem aprender sobre agricultura, vinificação e sustentabilidade, ao mesmo tempo em que vivem momentos sociais em ambientes acolhedores.

Para quem não pode viajar até as regiões vinícolas, o enoturismo itinerante e os clubes de assinatura oferecem uma maneira prática e acessível de se conectar ao universo do vinho.

O que dizem os especialistas sobre as tendências do enoturismo em 2025?

Segundo relatório de vendas diretas ao consumidor do Silicon Valley Bank, o DTC já é considerado o canal mais lucrativo para a maioria das vinícolas familiares de pequeno porte. John Keleher, fundador da Community Benchmark, reforça que o maior risco é não assumir riscos, destacando a importância da inovação constante.

Dados recentes mostram que, mesmo com a queda geral na visitação a salas de degustação, pequenas vinícolas registraram crescimento significativo. Em 2024, aquelas que produzem menos de mil caixas receberam em média 9.600 visitantes (48% a mais do que em 2023) e aumentaram em 34% suas vendas diretas.

Esses números comprovam que as tendências do enoturismo em 2025 não apenas refletem mudanças no comportamento do consumidor, mas também oferecem oportunidades reais de crescimento para o setor.

Um setor mais humano e personalizado

As tendências do enoturismo em 2025 mostram que o setor caminha para uma era de experiências mais humanas, personalizadas e acessíveis. Vinícolas que investem em inovação, contato direto e atividades criativas têm mais chances de se destacar, fidelizar clientes e aumentar suas receitas.

Seja por meio de eventos itinerantes, degustações inesperadas, clubes de assinatura ou experiências diferenciadas, o enoturismo em 2025 se consolida como um campo fértil para crescimento, tanto para os produtores quanto para os apaixonados por vinho.

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