Se você gosta de vinho talvez já tenha ouvido falar do termo “colheita tardia”. Principalmente se gosta de vinhos adocicados, com teor alcoólico um pouco mais elevado.
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O processo da colheita tardia é utilizado na vinicultura quando a colheita das uvas é feita após o período considerado ideal de maturação da fruta. Em outros tipos de cultura o resultado pode ser catastrófico, mas na produção de vinhos é intencional e parte de uma técnica. Descubra abaixo por que os viticultores se aproveitam da colheita tardia para fazer seus vinhos.
A “podridão nobre” da colheita tardia
Um dos tipos mais comuns que existe de colheita tardia ocorre quando a uva não é colhida depois de já estar madura e acaba ficando vulnerável ao ataque do fungo botrytis cinera. Este micro-organismo perfura a pele da fruta e a desidrata, fazendo com que ela perca água e concentre mais açúcares. Vinhos feitos com essa fruta dão origem a um vinho adocicado, mais equilibrado e com acidez. Esse processo costuma a ser chamado de “podridão nobre”.
Nesse tipo de produção, as uvas mais utilizadas são Riesling, Furmint, Sauvignon Blanc, Sémillon e Gewürztraimer.
A colheita tardia das uvas congeladas
Outro processo de colheita tardia costuma a ser feito em países mais frios. Nesse caso, as uvas são colhidas em época de temperatura mais baixa, quando estão congeladas. Esse congelamento natural faz com que haja maior concentração de açúcares, já que somente a água congela e os demais elementos sólidos não. Portanto, esse tipo de produção faz vinhos com maior teor de açúcar e mais alcoólico.
Entre os países com temperaturas baixas suficiente que utilizam esse processo estão Estados Unidos, Canadá, Áustria e Alemanha.
Referência: Art Des Caves | Foto: Luz e Alegria