Por volta dos anos 70, enólogos costumavam a dizer que as safras ruins eram enviadas para as linhas aéreas. Hoje em dia sabemos que isso não é verdade. Uma pesquisa feita nos anos 90 apontou que há 13 condições que mudam durante o vôo que podem estragar o paladar, não só de vinhos, mas de outras bebidas e comidas também.
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A condição mais importante de todas é a umidade. A baixa umidade numa aeronave resseca a boca e narinas, logo, as papilas gustativas não funcionam corretamente e o olfato fica prejudicado. O sistema de ventilação utilizado no avião também contribui para que isso. Porém, essa modificação demora um pouco para acontecer. Ou seja, o vinho que você beber no início da viagem não terá o mesmo sabor se for provado no final.
Outros fatores do ambiente que colaboram para isso são a iluminação, ruído e a vibração. Mas coisas como mudança de fuso horário também pode afetar os níveis do pH do seu próprio corpo.
Como evitar?
- Peça o vinho no início do vôo: Para que o vinho não fique com o sabor mais ácido do que deveria, aproveite enquanto seu corpo ainda não está adaptado à altitude.
- Use fones de ouvido que cancelam ruído: Quanto mais barulho você ouvir, menor é sua sensibilidade.
- Ou escute música: Pesquisas mostraram que músicas com notas muito altas podem acentuar nossa percepção de doçura em 10%.
- Use óculos escuros: Para diminuir os impactos da iluminação da cabine.
Qual o melhor vinho de degustar em vôo?
O ideal é experimentar um vinho equilibrado, com uma mistura agradável de ácido, álcool, açúcar, tanina e água. Sabores mais agressivos não são recomendados. A melhor sugestão são os vinhos frutados, por terem baixa acidez e uma boa estrutura de taninas. Se for optar pelo espumante, a dica é beber mais rápido – e com responsabilidade – porque a pressão da cabine tende a deixá-lo um pouco menos frisante.
Boa sorte e boa viagem!
Referências: Telegraph, Travel n’ Tech, BBC