Uma substância presente no vinho tinto poderá contribuir com as futuras missões tripuladas para Marte. Segundo um estudo parcialmente financiado pela agência espacial norte-americana (NASA) e publicado nesta semana na revista “Fronteiras da Fisiologia”, o antioxidante resveratrol – presente na bebida – se tornou a aposta de cientistas norte-americanos para preservar a musculatura dos viajantes nos longos deslocamentos em gravidade zero.
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A viagem para Marte, atualmente, dura em média nove meses. O problema é que o corpo humano não aguenta tanto tempo no espaço sem que seus músculos sofram contrações e percam a fibra muscular.
“Após três semanas no espaço, os músculos se contraem a até um terço do seu tamanho original. Isso vem acompanhado de uma perda de fibra muscular, necessária para a resistência.”
A autora do estudo Marie Mortreux disse em nota.
A combinação desses dois fatores impede, hoje em dia, que uma pessoa seja enviada nessa viagem, pois, mesmo que uma missão tripulada chegasse até Marte, ela não conseguiria sequer ficar de pé.
O antioxidante do vinho
É nesse contexto que entra o resveratrol, um composto encontrado na casca da uva e que já é conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e por ser usado no tratamento de pacientes diagnosticados com diabetes.
O estudo rendeu resultados iniciais satisfatórios, segundo a pesquisadora.
“Observamos que o resveratrol conseguiu preservar a massa óssea e muscular de ratos em um experimento que simulou a microgravidade dos voos espaciais. Acreditamos que uma dose diária ajudaria a reduzir a falta de condicionamento muscular dos astronautas”.
Marie Mortreux
A suplementação protegeu completamente a massa muscular das cobaias e reduziu sensivelmente a perda de fibras musculares, sem alterar o apetite e peso dos animais.
Ainda faltam estudos para definir a quantidade ideal de consumo da substância, e os cientistas ressaltam que ainda buscam comprovar que não há problemas na mistura dela com outras drogas administradas aos astronautas em missões espaciais.
Fonte: G1