Com o tempo esfriando, a gente já começa a pensar em refeições que possam nos esquentar. O bom é que esses pratos quentinhos e vinho combinam muito com inverno!
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Massas
Massas são comuns no cardápio brasileiro, ainda mais no inverno. Para quem gosta, é bem confortável um macarrão bem quentinho servido no prato.
Para harmonizar vinho com massas, é preciso dar atenção aos molhos. Molhos mais fortes e gordurosos pedem vinhos mais potentes (geralmente você usará um tinto), já os molhos mais delicados combinam com vinhos leves (tintos leves ou brancos). É preciso ter cuidado também com o molho de tomate, pois tem alta acidez, portanto nesse caso o vinho também deve ter uma acidez no mesmo nível. Você pode ler (clicando aqui) um post especial que fizemos sobre harmonizar vinhos com massas, dando sugestões de rótulos específicos quando você precisar lidar com um certo tipo de molho.
Risoto
Assim como com as massas, a harmonização vai depender do tipo de risoto.
Para o risoto de funghi recomenda-se tintos com boa estrutura, de boa complexidade aromática, boa acidez e taninos redondos. Para os de queijo a melhor opção são os brancos de boa estrutura como os de uva Chardonnay ou Viognier, além de tintos com taninos bem macios como os Pinots do novo mundo e os de uva Gamay como Beaujolais. Para acompanhar os risotos de carne e linguiça, a dica é tomar cuidado com tintos muito tânicos, principalmente se a linguiça utilizada for mais picante.
Fondue
Fondue é um prato delicioso que pode ser feito de vários sabores. Para o fondue de queijo, a dica é um vinho branco Chardonnay ou um tinto leve, talvez um Merlot. Por causa da gordura do queijo, a acidez no vinho é necessária para uma boa harmonização.
Se o fondue for de carne, o ideal é um tinto mais encorpado, como um Cabernet Sauvignon. Se a carne for ao caldo de legumes, pode ser um tinto mais leve, como um Carmenère.
Para o fondue de chocolate, você também vai precisar de um vinho doce. A harmonização de vinho com chocolate geralmente fica melhor com um vinho do Porto, espumante Moscatel e escolha tardia.
Caso os três tipos de fondue sejam servidos, você precisa de um vinho que possa se adaptar a todas essas variações. A dica é um tinto leve bem frutado ou então um espumante semi seco.
Caldos
Um caldo bem quentinho é muito bem vindo no inverno. São caldos de mandioca, fubá, verde, legumes, feijão, capeletes e ministrones. A melhor combinação de vinho vai depender da “intensidade” do prato. Se for um caldo substancioso e muito condimentado, como os com carnes e banco, a melhor opção é um tinto jovem, com bom frescor e pouco tanino. Se for mais leve, como legumes, são boas alternativas os brancos de boa estrutura, os rosés mais intensos ou tintos leves e macios. Lembre-se que quanto mais aromático e saboroso for o caldo, mais aromático e saboroso precisa ser o vinho. É necessário um equilíbrio.
Feijoada
Feijoada pode ser bem difícil de harmonizar, devido a quantidade e complexidade de elementos presentes. Há o sabor intenso do feijão e das carnes, o ácido do vinagrete e da laranja (quando tiver) e os acompanhamentos, como arroz e farofa. Para enfrentar todos esses ingredientes, a sugestão é um espumante Brut, pois ele limpa a gordura com as borbulhas, equipara a acidez com o prato e interfere em seu sabor.
Pipoca
A pipoca também faz parte do inverno, quando você se enrola no cobertor e assiste alguma coisa no sofá. E o melhor: pode ser harmonizada com vinho!
Pela pipoca ter costume de ser feita com óleo ou manteiga, possui um pouco de gordura que deixa a boca oleosa. Portanto, o vinho certo precisa ter uma acidez que “limpe” essa sensação. Além disso, o sal presente na pipoca faz com que os vinhos encorpados pareçam mais fortes no paladar. A melhor opção então é: um vinho mais jovem, com alta acidez e pouco encorpado. Pode ser um tinto leve como um Pinot Noir ou então um branco pouco aromático, como o Chardonnay.
Queijos
Embora os queijos sejam mais associados ao vinho tinto, os brancos são bem mais versáteis. É o caso de queijos de massa mole, como como brie e camembert que casam bem como as uvas Torrontés, Sauvignon Blanc e Gewurztraminer.
Os queijos como gorgonzola, roquefort e stilton com sabor acentuado e alto teor de gordura harmonizam muito bem como os chamados vinhos fortificados (vinhos de sobremesa) como o vinho do Porto, tintos doces de colheita tardia, o Moscatel de Setúbal ou o Vino de Misa.
Os queijos curados por mais tempo e de sabor mais intenso como o parmesão, grana padano, serra do salitre 60 dias, canastra curado, etc, pedem vinhos brancos envelhecidos e tintos de bom corpo, grande complexidade e taninos maduros.
Referências: Vila Mulher, Revista Encontro| Fotos: The Hungry Hedgedog, iStock