As históricas janelas de vinho na Itália estão sendo utilizadas novamente devido à Covid-19. Elas tiveram início no século XVI, em Florença, na região de Toscana, onde clientes pediam vinhos e drinques através de pequenas janelas em residências familiares.
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Nessa época, quando os ricos florentinos começaram a expandir suas terras e cultivar uvas na Toscana, inventaram esse método para evitar o pagamento de impostos sobre a venda de vinhos: a venda à mão pela janelinha da parede de suas residências.
Para os compradores, bastava bater na janelinha com sua garrafa vazia, que alguém a receberia junto com o pagamento e depois retornava com a garrafa cheia. Durante a peste, as escotilhas de tamanho pequeno, esculpidas nas paredes de concreto de vinícolas e lojas urbanas também ajudavam os comerciantes a vender vinho a uma distância social segura.
Hoje quem passeia por Florença pode notar facilmente essas janelinhas – chamadas “buchette del vino” – nas casas, como uma curiosidade arquitetônica. Mas, até o início do século XX, era uma forma tão popular de vender vinhos, que praticamente todas as famílias florentinas com vinhedos e uma casa em Florença tinham uma janelinha dessas. A tendência até se espalhou por cidades vizinhas como Siena e Pisa.
Em 2015, a maioria dos florentinos não tinha muito interesse em preservar essas janelinhas. Algumas foram até vandalizadas. Mas, naquele ano, uma associação foi fundada para identificar, mapear e preservar a “buchetta”. Cerca de 300 foram catalogadas até o momento.
Contudo, por conta da pandemia do coronavírus, os italianos estão se esforçando para manter vivo esse antigo método de vender vinho. De acordo com o site da Wine Window Association, durante esse período, alguns proprietários voltaram no tempo e estão usando as janelas para distribuir copos de vinho, xícaras de café, bebidas, sanduíches e sorvetes – todos sem contato.
Fonte: Metrópolis