Vinhos podem ter diversos aromas, desde a groselha, chocolate, ervas, amoras, e até mesmo grafite, couro e petróleo. Junto com o visual e o paladar, assim se faz um bom vinho. No entanto, existem alguns aromas que não devem ser sentidos na bebida.
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Normalmente, odores como papelão molhado, rolha, mofo, vinagre e acetona dão indícios de que a bebida está estragada. Caso coloque a taça no nariz e sentir algo assim, o líquido não está ideal para o consumo.
Apesar de uma garrafa estragada ser algo raro de acontecer (diz-se que menos de 1% costuma a apresentar algum defeito), é bom estar preparado para caso ocorra.
Os tipos mais comuns de defeito são o bouchonée ou a oxidação. Saiba como identificar:
Vinho estragado por Bouchonée
Bouchonée – pronuncia-se “buchonê” – pode ser reconhecido quando o vinho apresenta um cheio característico de papelão molhado. Esse cheiro é evidência da atuação de um fungo, chamado TCA, que infecta a rolha de cortiça (ou, às vezes, as barricas de carvalho) e acaba com as propriedades aromáticas e os sabores, deixando apenas o odor de papelão molhado.B
Já que o Bouchonée deixa rastros apenas no aroma da bebida, é preciso abrir a garrafa para identificá-lo. Portanto, caso você sinta um aroma estranho e mofado ao abri-la, pare. Se isso acontecer em um restaurante, você pode pedir para o sommelier confirmar se o vinho está estragado mesmo e trocar a garrafa. E se tiver feito a compra em uma loja, você pode trocá-la se estiver defeituosa. Porém, lembre-se de não beber meia garrafa antes de reclamar do estado do vinho. Dentro das quantidades encontradas em uma garrafa, o TCA não causa dano à saúde, mas consumir o vinho afetado por ele não é agradável ao paladar.
Estragado por oxidação
Caso sinta cheiro de vinagre ou acetona no vinho, significa que ele está oxidado. A oxidação nada mais é do que o “envelhecimento” precoce do vinho devido ao contato com o ar. Se ocorre alguma falha na vedação e mais oxigênio do que o normal entra em contato com o líquido, ele literalmente se transforma em vinagre e exala esse odor típico.
No caso da oxidação, além de deixar cheiro, é possível reconhecê-la pela cor do vinho. Os vinhos brancos, quando muito oxidados, apresentam uma cor dourada ou cobre. Já os tintos tendem a ficar mais pálidos, alaranjados ou marrons. Porém, o ideal é abrir a garrafa para confirmar através do odor se está mesmo estragado. Caso esteja assim, peça para trocar.
Outros defeitos do vinho
Oxidação e bouchonée são os defeitos mais comuns. Porém, outro defeito que pode aparecer é um cheiro de ovo cozido ou até mesmo podre devido ao sulfeto de hidrogênio; ou então, em alguns casos, um odor de crina de cavalo, suor e bacon devido a uma bactéria chamada de Brettanomyces.
O vinho também pode estar “madeirizado”, ou seja, oxidado devido à má conservação – geralmente quando a garrafa ficou muito tempo exposta ao calor – e apresentar cor de tons amarronzados, intensos aromas caramelados e sabor de frutas em compota.
O que pode parecer defeito, mas não é
Se você perceber cristais estranhos no vinho, pode ficar tranquilo que não é nada demais. São simplesmente cristais de tartarato que se formaram, provavelmente, devido ao rápido resfriamento do líquido. Eles não causam riscos à saúde e podem ser inferidos. São comuns em vinhos que não foram estabilizados (resfriados e filtrados) na vinícola.
Imagem de Jill Wellington por Pixabay
Referência: Adega
1 comentários
precisamos saber se esses fungos são danosos à saúde e até que ponto é possível bebê-los porque a gente tem medo das doenças estomacais.