A maior parte da venda de vinho sempre vai para bares, restaurantes e grandes eventos como festas e casamentos. Com a pandemia de Covid-19, o fechamento de estabelecimentos e o isolamento social atingiram em cheio o comércio mundial de vinho. Em todo o mundo, a previsão é de que a demanda pela bebida caia 10,5% neste ano, apesar da reabertura gradativa em muitos países da Ásia e Europa. O Brasil, porém, parece ser a grande exceção à tendência.
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Com um mercado que prospera nos últimos anos, o país atingiu um crescimento de 27,8% no volume de vinho comercializado no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Ideal Consulting. O aumento foi de 39% no vinho de mesa e 50% no vinho fino.
Em média, cada brasileiro consumiu 2,81 litros da bebida entre abril e junho (justamente o período mais restritivo da quarentena), um aumento de 72% em relação ao mesmo trimestre de 2019 e um recorde na história da indústria nacional.
“O mercado é menos dependente de restaurantes no Brasil do que na Europa e em outros países e mais de 75% da comercialização acontece no supermercado, que continuou aberto”, explica Felipe Galtaroça, CEO da Ideal Consulting, que elegeu o vinho como a bebida do brasileiro durante a pandemia. “O Brasil é um país muito cervejeiro, mas com a pandemia mais pessoas buscaram o prazer da gastronomia mais refinada e em família, que combina muito com vinho”, explica ainda o consultor.
Segundo Galtaroça, o vinho preferido dos brasileiros é o rosé, seguido pelo branco. “O brasileiro tem um paladar mais adocicado e esses vinhos combinam com o clima”, afirma.
As vendas por e-commerce também observaram um crescimento significativo, não só no Brasil como em todo o mundo. Neste semestre as vendas pela internet representaram 12% do mercado brasileiro.
“Com mais tempo em casa, muitas pessoas também passaram a buscar lives, cursos on-line e até a encomendar degustações, o que movimenta o setor”, diz a presidente da Organização Internacional do Vinho (OIV), a brasileira Regina Vanderlinde. “Esperamos que o vinho seja mais incorporado à cultura brasileira no pós-pandemia”.
Referência: Veja