Arqueólogos e estudiosos da história do vinho sugerem que o surgimento dessa bebida teve origem nas montanhas do Cáucaso, na atual Geórgia, Ásia.
Evidências indicam que o vinho se disseminou nas regiões circunvizinhas da antiga Armênia e da Mesopotâmia, sendo comercializado pelos sumérios. Estes, por sua vez, introduziram o vinho no Mediterrâneo, e a partir daí, a bebida viajou para o Egito, Grécia e o Império Romano.
Explorações em diversos sítios dessas terras antigas continuam trazendo revelações, e a mais recente foi desvendada em um dos locais de escavação da Turquia. A fortaleza do Castelo de Cavustepe Kalesi, situada na região de Van, faz parte do antigo território da Armênia, onde o rei Sardur II de Urartu ergueu estruturas que transcendiam a simples residência real.
Apesar de pouco preservado acima do solo, o sítio arqueológico continua a atrair a atenção dos pesquisadores sempre que é escavado. Situado no cume de uma colina, os historiadores identificaram que as paredes de pedra se estendiam para o interior da montanha, indicando um sistema de construção projetado, possivelmente, para resistir aos terremotos frequentes na área.
Uma descoberta significativa consiste em 120 “Phitos”, antigos recipientes utilizados para armazenar vinho, azeite, manteiga e grãos. Na fortaleza de Cavustepe, esses phitos estão enterrados e são de dimensões gigantescas, com cada um deles, segundo a avaliação dos pesquisadores, possuindo a capacidade de suportar até 300 kg.
Essa revelação dá uma ideia sobre como os reinos se sustentavam e como as estruturas eram preparadas para atender não apenas às necessidades da corte, mas também do comércio, exigindo armazenamento adequado para suas riquezas. Os pithos estão enterrados em perfeito alinhamento com as câmaras de armazenamento e depósitos do antigo palácio, próximos de uma área com pias/lagares, utilizados para prensar as uvas.
O povo local até construiu um canal para direcionar a água até o palácio. Conforme registros históricos, há relatos de que essa água também era empregada no processo de produção de vinho.
Os recipientes de quase 3 mil anos apresentavam inscrições em escrita cuneiforme em suas tampas, sendo destinados ao armazenamento de vinho, óleo, cereais e outros produtos que demandavam recipientes de barro, cujas baixas temperaturas favorecem a conservação. Os pithos eram fabricados em grande quantidade e variados tamanhos, alguns com formato cônico na base e outros arredondados.
Por aproximadamente 3 mil anos, até o ano 1.000 depois de Cristo, foram produzidos por diversos povos, desde o período Neolítico, marcando presença em diversas civilizações antigas, incluindo os impérios Persa, Bizantino e do Mediterrâneo. Sua utilização sempre esteve associada à produção e ao comércio do vinho.