Você pode ser um apreciador de vinho, mas você sabe degustá-lo? Aproveitar os aromas e sabores, sentir a textura… Existem procedimentos sequenciados que proporcionam uma melhor experiência a quem está bebendo. O sommelier e wine educator, William Máximo, explica que para fazer a degustação de um vinho de qualidade é preciso observar três fatores: visão, olfato e paladar.
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Inicialmente, o vinho deve ser serviço na taça, ocupando ¼ dela. Para fazer a degustação, é preciso segurar a taça pela haste, para que a bebida não aqueça. Se tiver dúvidas sobre que taça usar, confira aqui.
Visão: o início da degustação
A etapa de “visão” é de apenas observação. Nela, o degustador deve “observar a limpidez e a turbidez, sujidades e caráter turvo do vinho”, conta o sommelier.
Na degustação do espumante, é necessário observar o perlage (as borbulhas do espumante), pois é o que indica a qualidade da bebida: persistência e finas bolhas aparecem em ótimos espumantes. Também é necessário analisar a tonalidade do vinho, checar a transparência. O especialista explica que se for bem denso, provavelmente é porque ele provém de regiões quentes, e se for translúcido provavelmente provém de regiões mais frias.
As bordas da bebida também podem ser analisadas. Dessa forma, é possível ver o desbotamento que indica envelhecimento. Ainda é preciso verificar a coloração, que pode apresentar desde um rubi mais intenso até um tom atijolado. Os tintos perdem coloração e os brancos ganham um aspecto mais escuro.
No post de nosso blog, “Reconheça vinhos de acordo com sua cor”, fica mais fácil para você identificar o tipo de vinho que está bebendo apenas pela coloração dele. Separados de nuances tintos, brancos e rosé, os infográficos no texto podem auxiliá-lo no momento de sua observação.
Ao girar a taça, dá pra enxergar as “lágrimas” que escorrem nas bordas, que indicam se o vinho é mais ou menos alcoólico, o que pode dar noção sobre a estrutura.
O olfato do vinho
O olfato do vinho é o aroma que ele exala. Máximo diz que para sentir todos aromas é preciso realmente colocar o nariz dentro da taça. “Buscar os aromas primários que vem com o álcool e também os aromas do carvalho. Se houver presença de carvalho no vinho, [daí] verificar a existência de aromas como côco, baunilha, especiarias doces (como cravo e canela), café e chocolate. Se o vinho estiver muito gelado, [é necessário] aguardar um pouco para que suba a temperatura e consequentemente deixe seus aromas mais perceptíveis”. Observe a presença de aromas frutados e sinta a presença de notas cítricas caso existam.
A taça pode ser girada levemente para que o vinho tenha um contato mais intenso com o oxigênio e assim libere mais os aromas presentes na bebida.
Paladar do vinho
Finalmente chega o momento de sentir o sabor da bebida. Neste momento, o degustador precisa colocar um pouco de vinho na boca e fazer com que ele percorra toda a cavidade bucal.
“Sinta o calor produzido pelo álcool, isso pode demonstrar se é um vinho de regiões mais quentes ou mais frias. Observar o peso na boca, para identificar se ele é de corpo leve, médio ou encorpado. Na ponta da língua podemos sentir a doçura se tiver, nas laterais da língua a acidez, e no fundo os taninos (agentes que produzem um travo amargo no final da boca)“, comenta.
Se o vinho tiver muitos taninos, irá dar uma sensação de secura na gengiva e dentes. Se houver aumento de volume na saliva é indício de acidez que quando bem equilibrada deixa o vinho mais fresco.
O sommelier reforça que, quanto mais degustações você fizer, maior será a percepção para identificar sabores persentes no vinho. É necessário treinar muito, observar e fazer anotações. Além de suas habilidades de degustação irem melhorando, o consumo moderado de vinho pode ser muito benéfico para a sua saúde. Só tem como sair vencendo disso!
Referência: TNOnline, 2018. Acesso em: 20/07/2018.
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